quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Rose Dawson

Quando é pra acontecer, acontece.
E foi assim que se conheceram.
Ao embarcar em algo tão indestrutível.
Salvou sua vida, uma vez.
Afinal, estava cansada de tanta baboseira,
futilidade, submissão.

Mostrou-lhe a vida.
Mostrou-lhe o que é viver.
E, assim, salvou sua vida muitas outras vezes.

Fatalidades...
Acontecem.
Se salvaria,
mas foi em busca daquele que havia salvado sua vida.

Ora, pois o quê lhe custaria retribuir tal favor?
O quê lhe custaria salvar a vida do seu amor?

Pobre mulher,
eles conseguiram. Estavam vivos.
Mas e o resgate? Onde estava?

Havia mil e quinhentas pessoas,
no momento em que acontecera tal tragédia sob seus pés.
Havia vinte barcos ao redor.
Apenas um voltou.

Voltou por seis pessoas.
Dentre elas, apenas uma integrante do casal.

Sua promessa deveria ser cumprida.
Deveria se salvar.
Abandonou o corpo vazio que lhe fizera companhia,
que lhe tinha salvado de si mesma.
Agora, ele só existe em sua memória.
Agora, jazia no Atlântico.

Dê ao mar seu diamante,
pois não há ninguém melhor para recebê-lo.
Pois, se no mar o abandonou, Rose,
agora, o mar inteiro tornou-se o seu amado.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Blusa velha

Mostrou-me suas mãos trabalhadeiras,
machucadas, calejadas, sujas.
Apertei-a
Lavei minhas mãos, logo após.
O que significaria isso a ele?
Não queria fazê-lo!
Que impureza, poderia ele, me oferecer?
Não tinha nojo, não fui hipócrita.
Mas também não sabia onde havia passado sua mão.

Por isso, não conotem meu ato,
apenas o denotem.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Rabisco

Não costumo postar textos que não tenham a minha autoria.
Mas esse merece!


Rabisco

Devo-te um rabisco.
Mas um rabisco que tenha contorno
É necessário realce, simples como proteção.

Se os grandes sábios não disseram, eu digo!
Palavras soltas nunca farão sentido,
Pois o que seriam das letras sem o contorno?

Vibre com frases fortes!
Grite com frases definidas!
Sorria com frases inexplicáveis!
Mas quando falar do amor,
Deixe que o seu coração pulse a melodia da canção!

por: Pablo Henrique Ferreira Arruda

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Mucama

"Mova-te, pois, Mucama.
Não escutas o que tua ama te diz?
O que fazes parada aqui?"

Saiu, a mucama, desolada.
Pois mandaram-na buscá-lo.
O filho de seu senhor,
aquele que criara o hábito de se apaixonar por uma negrinha.

Pensava e matutava,
a pobre Mucama.
Como poderia haver,
sobre a mesma terra que ela pisava,
tal homem, tão desumano?

O amor lhe tira os olhos.
O amor lhe entrega ao fogo, às cegas.
O amor lhe faz proteger outrem,
arriscando a própria vida.

Descobrira, então, seu próximo passo.
Avisou o senhorzinho:
"Fuja fio, qui é pru sinhô, seu pai, num te matá!
Fuja, e leva tua formosura com vossemecê!"

Havia, portanto, coração mais nobre
dentro do senhorzinho que no senhor!
"Mas e tu, Mucama?
Como farás tu? quando ele souber.
Avisara-me, sem que me levasse a ele!"

"Sou véia, sei mi cuidá!
Vai, sinhozinho, antes que o capitão do mato o mate"
Saiu a galope, com sua formosura, o senhorzinho.

O senhor soube de tudo.
Seu filho já não existia,
pois outrora se apaixonara por uma negrinha.
E por ajudá-lo foi condenada, a Mucama.
Que protegeu o filho de sua ama.

Fizera o papel que a nobre mulher não teve coragem.
A Mucama, na simplicidade que tinha,
exercera, com coragem e bravura,
amor e compaixão,
o papel de mãe,
tornando-se assim, a verdadeira nobre mulher.
Mãe de um menino que ela vira nascer.

Por tal feito, foi condenada às chibatadas.
Soltava lágrimas pelo pelourinho,
sangrava pelo chão, onde fora parida.

E poderia haver até milhões.
Cansaria, o carrasco, mas não doeria na Mucama.
Pois tinha a certeza, havia feito a coisa certa.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fogo de palha

Fogo de palha,
se alastra fácil.
Se apaga fácil.

Queima tudo que tem pra queimar.
Queima fácil.
E após queimar, se apaga.

Quero meu fogo de gasolina.
Meu fogo a lenha.
Que é menor,
mais calmo,
mais abrasador,
mais duradouro.

Duradouro...

Vou continuar cortando lenha.
Mesmo jogando palha para se queimar.
Mesmo vendo a palha queimar.
Porque fogo de palha
queima rápido
e se apaga fácil.

domingo, 27 de novembro de 2011

Sala de estar

Ouça enquanto lê!

Chegou em casa.
Viu tal cena.
Deveria ser entristecido.
Mas como se entristecer, vendo que partira em paz.

Sentado em sua poltrona,
de frente para o som.
Com seus pés inteiros no chão.
Seus braços sobre os braços da poltrona.
As mãos fechando, como se segurassem-na.
O som, ligado... tocando a mesma música.
Com o botão de repetir acionado.

A mesma música.
Partira em oração.
Em silêncio, calma... paz.

Apreciara o que quisera,
sabia que sua hora havia chegado.
E se foi.
Sem despedir.
Sem dizer tchau.

A luz que vinha de fora, mal batia na janela.
Não estava escuro, mas não estava claro.
Estava gostoso. Um clima de quem se prepara pra dormir.

Chamara-o, não atendeu.
Seu peito não subia, não descia.
Sua cabeça não se mexia.
Os olhos não abriram.

A cabeça está voltada pra cima, como quem apenas aprecia o som.
Os olhos estão fechados.
E o vivo acaba de achar, em cima da mesa,
um pedaço de papel.
Grafado recentemente, com uma letra antiga.

"Não tenho mais tempo. Chegou minha hora.
Adeus. Amo a todos!"

Ele, finalmente, deixa cair uma lágrima!
Vai ao banho.

E quando sair, vai se vestir de preto
porque hoje é dia de luto!

sábado, 26 de novembro de 2011

Complexo ou claro

Queria querer.
Mas só o querer não me faz querer.

Talvez o fato de eu querer querer já seja um começo,
pois se eu não quisesse querer, não me surgiria nem uma ponta de interesse.

Portanto, atente-se. Quem sabe eu já esteja querendo.
E nenhum de nós está sabendo.

Para alguns isso pode até ser um pouco complexo.
Mas pra mim, é mais do que claro!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Com ausência de sentimentos.


Aqui dói.
Dói a dor do vazio, se é que conheces.

Vazio...
essa é a dor.

Desça umas putas frescas ai
para eu me esbaldar.

Depois, derreta esse açaí, seu moço.
Que hoje eu quero me afogar!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quando lá fora chove...

Estávamos deitados.
Uma galera...
imensa...
Todos esticados em seus colchões, um do lado do outro.
Naquela sala...
imensa...
Amigos, namorados... todos lá.
Até os apaixonados que ainda não tinham firmado relacionamento.

Deitei-me de lado e ela de costas pra mim.
Seu colchão estava do lado do meu.
Ficava pensando em seu rosto, em chegar mais perto.
Perto suficiente para cheirar seu cabelo e sentir aquele cheiro delicioso de todas as manhãs.
E quando ela se virou, fui obrigado a fechar meus olhos e fingir que dormia.
Tal era minha insegurança...
imensa...
Passei um tempo de olhos fechados.
Até que resolvi abrir. Ela dormia.
Linda, bela, cheirosa.

Passava pela minha cabeça, esticar o meu braço,
e acariciá-la, o rosto. Ajeitar-lhe, o cabelo.
Beijar-lhe, a boca.
Mas a tensão era grande...
imensa...
E ela tossiu, disfarcei, "dormi".
E esperei mais um tempo de olhos fechados.
Abri um olho só.
Ela me olhava.
Abri o outro.
Meu coração ganhou nova frequência...
imensa...
Ela também esteve me vigiando.

Paro por aqui, imagine por ai.
Deixe-me lembrando da cena, pois pra mim é melhor que descrevê-la.
Deixe-me com minha lembrança...
imensa...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Resfriar sem congelar.

Desamarre seu cadarço,
afrouxe a sua sandália,
retire seu chinelo.
Ponha o pé no chão,
sinta-o bem frio.
Lave sua mão,
mesmo sem estar suja.
Gostosa é a água.
E por falar em água...
pegue uma pedra de gelo,
coloque-a na boca.
Aprecie-o. Gelado. Molhado.
Tome um banho bem gelado.
Sinta o frio,
pois o tempo está quente.
Resfrie-se de alguma forma.
Só não deixe esfriar seu coração.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Jantar a um

Estou aqui, tentando escrever.
As palavras não me vem,
por algum motivo, me abandonaram.
O que me adianta o lápis e o papel?
se não há o que se escrever.

Letra por letra, palavra após palavra.
Vão saindo, sem nada a dizer.
Talvez, preta, seria mais fácil escrever-te essa canção
se tu mesma me ajudasse.
Pode começar por existir
e o resto, deixa comigo.

Mas como não existe, preta...
não existe também, essa canção que te escrevi.

domingo, 25 de setembro de 2011

Lugar certo

Me sinto. No lugar certo.
Sabe quando a personagem de um filme chega exatamente onde queria? e ela fica com aquele sorriso mais besta na cara. Ela, a personagem, pode estar sozinha, mas isso não importa porque ela está onde queria chegar. Ela chegou lá. Que se dane tudo. Aquele é o momento dela.
E aí, bem no fundo toca aquela música. Aquela que mostra a realização da personagem. Toca aquela música.
E você, que é espectador, fica voltando a cena, ou chora ou ri junto. Porque a satisfação/realização do outro é tão grande, que a você, só cabe sonhar. Sonhar, como ela sonhou e tentar chegar ao mesmo lugar.
Daí, o filme acaba. Era a última cena porque, pra quem é espectador, não interessa mais o que se sucede. Ela estava . Mas aquela música continua para que você, pobre espectador, continue imaginando a satisfação da personagem. A vontade de voar - sim, minha amiga, a vontade de voar - pra um lugar em que os sonhos se realizam.
Por fim, chega uma hora que você cansa de ouvir a música, sem ver mais nada. Mas, admita, aquela sensação... aquela alegria... aquele êxtase... aquela satisfação... aquela certeza de que está no lugar certo, pra sempre vai estar dentro de você!

Música que me inspirou... é só clicar!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Permita-se!

E chegou o dia tão esperado. Fui visitá-lo em sua cidade.
A desculpa que dei aos meus pais é que estava a ponto de surtar. Precisava sair, conhecer um lugar novo. Que éramos só amigos.
Ele havia feito o convite, para eu visitá-lo. E, por ventura, seus pais haviam viajado!

O dia chegou. Eu estava lá. Nos divertimos durante o dia. Eu o olhava de uma forma diferente daquela que costumava olhar... E tinha quase certeza, que seu olhar era recíproco.

Passamos o dia inteiro com os amigos dele, nos divertindo, brincando, sendo felizes. E, ao fim do dia, fomos para sua casa para podermos continuar a felicidade que fora o dia. Fizemos aquele jantar especial, bebemos aquelas bebidas especias e trocamos as famosas indiretas especiais.

Até que todo mundo foi embora. E ficamos só eu e ele.
Fiquei sentado no sofá, enquanto ele despedia do povo que estava à porta. Após ter terminado de se despedir, sentou-se ao meu lado. Meu coração pulava e eu quase conseguia ouvir o seu também. Se eu poderia ouvi-lo, poderia, ele, ouvir o meu?
Então ele se aproximou. Beijou a trave. Fechei os olhos. "Por favor, um pico de sensatez. Por favor, um pico de sensatez." Não sei ao certo quanto tempo durou, mas foi longo, muito longo. Tão longo quanto o último minuto de uma aula.
Coloquei minha mão em sua face, como quando se segura o rosto de alguém para acertar-lhe um beijo. Olhei em seus olhos. Torci minha boca em tristeza. Fechei meus dedos em sua barba e afastei seu rosto do meu. Não consegui dizer uma palavra. Apenas olhava e reprovava. E ele tentava entender.

Saí do sofá, nos arrumamos para dormir. Muito gentil que era, preparou pra mim sua cama e deitou-se em um colchão no mesmo quarto. Terminei de me arrumar e entrei no quarto. E lá estava ele, deitado de barriga pra cima, um pouco inclinado, olhos semi-cerrados e seu braço direito por trás da cabeça. Ali deitei. Em seu peito descoberto. Afinal, só seus pedaços mais íntimos não estavam descobertos.

Se antes eu ouvia seu coração, agora podia senti-lo. "Ai, meu Deus. O que estou fazendo aqui?", pensava.
Até que o silêncio foi quebrado, por uma voz que não queria sair e que não era a minha.

"Eu pensei que você quisesse. Que estivesse afim."
"Um dia eu estive, e tive que confirmar que eu seria mais forte!"

Seu peito estava molhado. Mas ele não suava.

"Você não tá querendo ser mais forte. Você está sendo covarde! Vai conseguir passar os dias pensando no gosto do meu beijo?"

Fui obrigado a levantar. Já senti tudo que queria ali. Era hora de dormir.

"Aposto que tem gosto de baba. Eu arranjo outros. Alias, prefiro a dor da saudade do que a da desilusão."
"Permita-se!"
"Eu jamais me permitirei sofrer!"

Levantei e fui pra cama! Afinal, já passava da hora de dormir.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Anjo sem asas


"Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo."
Eu estava sozinho, entre muitos.
Todos estavam ali com o mesmo intuito.
Havia um homem que falava engraçado.
Sabe que ele aparentava ter muita fé.
Não sei por quê, mas ele foi com a minha cara.
Talvez tenha me sentido erradiar paz e alegria.
"A Paz de Cristo esteja contigo, meu senhor!"
E, logo em seguida, ele me presenteia.
Trouxe a mim uma paz grandeosa,
senti um amor gratuito.
E havia um encantamento naquele presente.
"Amém"
Terminamos com os ritos.
Deveria agradecê-lo, então.
Não sei como, mas consegui aumentar mais ainda minha alegria.
Senhor monge, que conversa normal e reza esquisito.
Que, ele próprio, fez meu presente
e com ele, me deu seus ensinamentos.
Que me deu um novo significado ao meu nome.
Porém, seu nome, eu mal consigo lembrar.
E se ele morava onde eu morava,
prometeu rogar por mim,
mora onde eu moro...
Posso concluir que ele era um anjo.
Mas um anjo sem asas.
Que talvez tenha descido do céu
só para dizer "oi".
E, por isso, deixou-as para trás.
Se isso aconteceu,
"Obrigado, meu Deus. E que aconteça de novo!"
Se é imaginação,
"Por favor, meu anjo, venha me visitar,
mesmo que isso lhe custe uma hora sem asas!"

-Um devoto de Maria, mesmo no meio da perdição, não cai em perdição.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cinza chumbo

Não sei como são vocês, leitores.
Mas eu, quando me arrumo, penso no que pode acontecer.
A partir daí, escolho a cueca que devo vestir!
Aposto na minha roupa íntima toda a vontade de uma boa noite.
Não quero dizer que deva haver sexo, do bom e do melhor,
entenda bem.
Espero, apenas, uma boa noite ou um bom dia.

Sendo assim, me preparei para a festa,
vesti minha cueca de cor cinza chumbo.
E estava, mesmo, tudo dando certo.
Até que, de repente, em duas tentativas,
quis nunca mais ver aquele pedaço de roupa.

Bem, estou aqui, querendo ir dormir.
Sem mais nada a acrescentar.
Só o fato de que estou sem cueca,
para evitar desconfortos na madrugada!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fantasma escritor

Uma sala de jantar onde ninguém janta.
Uma sala de estar onde ninguém fica.
Uma sala de TV onde niguém assiste.
Uma copa onde não se guardam as louças.
Um quarto onde ninguém dorme.
Um banheiro onde ninguém toma banho.

Uma casa onde só há escuridão.
Uma casa onde o vento venta.
Uma casa em que moram bixos.
Uma casa onde habita a solidão.

Uma casa onde tem um papel com linhas.
E uma caneta com alguma tinta.
E idéias vãs que se vão.

Uma casa onde só há TV.
O vento venta onde se guardam as louças.
Uma sala de jantar onde ninguém dorme.
Um banheiro onde moram bixos.
Escuridão onde ninguém fica.
Um quarto onde habita a solidão.

Idéias vãs com linhas.
Um papel que se vai.
E uma caneta que já não tem mais tin...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sem significado

Algo me consome.
Não sei o que é.

Às vezes, até sei,
mas será que terei coragem de falar?
De assumir?

E não se preocupe,
você não iria querer saber!

Afinal, isso tudo não passa de letras.
Linhas sem entrelinhas,
sem significado.

sábado, 20 de agosto de 2011

Saudade

A gente aprende a ter e a perder todo sentimento.
Aprendemos a amar alguém e aprendemos a esquecê-lo.

Mas a saudade é a única que sempre vai existir
e sempre vai ser involuntária.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ela fede!

A minha vontade é de acabar com tudo, com todos. De xingar todos os palavrões que eu já ouvi e até os que nunca pensei em falar. A vontade que eu tenho é de proferir palavrões novos, nunca ouvidos antes. Colocar fogo quando ninguém tiver olhando e ver queimar toda aquela bosta, até o último fio do pano da bandeira. Sim, sou patriota. Mas não agora. Não concordo. EU NÃO QUERO. Fui claro? Me fiz ser entendido? Eu não quero, não posso ser obrigado a me humilhar. Onde entram meus direitos? Pra quê tudo isso? Pra quê isso tudo? Não te vem à cabeça que é muito mais sucesso ter quem te quer ao lado do que me ter?
Por favor, meu filho. Não seja ignorante. Olhe pra mim, diga bom dia. Pergunte a minha vontade. Me mande pra casa.
A minha vontade é de sentar no chão do meu banheiro, embaixo da água corrente do chuveiro. E chorar, chorar, chorar. Chorar as gotas mais espessas que existem em meu corpo. Tão espessas que sejam perceptíveis, mesmo embaixo de água corrente!
Quer saber? Acho que é isso que vou fazer. Afinal, tenho menos de um mês pra me recompor e orar pra que tudo isso acabe. E até lá eu vou continuar achando que ela fede!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"O tio Marcão lá lá"

Altar Particular (clique)

E é isso.
Meu bem me pediu para apagar a luz.
E se colocou em um breu.
E levou seu veleiro em flor cheio de peixes para um cais.
Um cais bem longe, num lugar assim.
Onde, algum dia, nós ancoraremos também.

Cuide de nós.
Te amo!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Reencontro

-Olá, amigo! Há quanto tempo...
-Sinto muito.

Foram suas duas primeiras palavras. Sabia que fizera algo errado.

-Sem problemas, eu já esperava isso de você!
-Sinto muito, eu não tive tempo.
-Não se justifique. Será pior.
-Me desculpe.
-Sem problemas, já disse.

Essa era a realidade. Isso era ao que ele estava submetido ao aceitar tal amizade.
E nada se podia fazer senão entender que assim seria. Que assim, sempre seria.

-Não faça mais?! Por favor.
-Não posso te prometer. Pois se prometer, posso não cumprir.
-Mas me diga que promete, só pra eu ficar feliz?!
-Ok. Eu prometo que vou tentar não te abandonar.

Mas ainda existia algo que só ficou na garganta, que não foi posto pra fora:
"Eu sinto a sua falta. Não parei de pensar em ti por um minuto sequer. Eu sinto a sua falta!"
Infelizmente, não conseguia falar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Agora eu posso!


Pois é, então chegou a idade tão esperada. Dezoito anos completados e muitas coisas continuam as mesmas. Continuo respirando o mesmo ar dos dezessete, continuo com os mesmos amigos, continuo com muitas das responsabilidades.

Mas agora, meu bem, tem coisa nova no pedaço! Agora, as leis pra mim são outras, as oportunidades pra mim são outras. Os pensamentos devem ser outros.

Infelizmente, a minha comemoração não foi a devida e a sonhada por alguns quesistos: faculdade, problemas, falta das pessoas que eu queria aqui! Mas que se dane.

Vou vivê-los, os meus dezoito, com muito amor, carinho e responsabilidade. Buscando sempre o melhor. Obrigado a todos que fazem parte disso. Obrigado a Deus.

E pode tudo dar errado, vamos afogar as mágoas! Porque a partir desse dia, EU POSSO!

sábado, 14 de maio de 2011

Limite

Gosto do cheiro da cebola, mas não como uma crua.
Gosto do cheiro do vinagre, mas não coloque nenhuma gota em minha alface.
Adoro o cheiro da gasolina, mas não me embriagarei com tal.
E o riscar do fósforo, hum, que delícia. Mas jamais terei uma queimação literal.

Pois é, talvez seja melhor algumas coisas não passarem de meu nariz.
Entendeu bem?
Este é o limite!

domingo, 24 de abril de 2011

Quando Morfeu for meu

Bata a porta e entre,
Morfeu.
Deite aqui e cante
que é pra eu dormir.

Que nos meus sonhos encontre
Romeu.
Que é pra doravante,
deitar aqui e sorrir.

Se sou feliz, já não sei.
O que quis, eu te dei.
O que quis, já não sei.

Se Romeu adormeceu.
Se a dor, Morfeu me deu.
Romeu, Morfeu me deu.

terça-feira, 19 de abril de 2011

JSM

Sei que Deus me deu um dia lindo. Sei que queria que O louvasse por essas 19 horas e meia passadas. Mas não foi isso que aconteceu.
Culpa minha ou não, o dia não foi lá essas coisas. Se culpa minha: perdão, meu Deus; Se não: faça com que acabe logo!
Amém!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O menino esquisito

Existia um menino. Ele até que era esquisito, por isso apenas exisitia. Um dia cansou de apenas existir, mas era assim que sabia viver. Ninguém na escola lhe dava bola. Ninguém o escolhia para os times. Ninguém vinha lhe dizer bom dia. Quando muito o retribuíam tal dizeres. Ele via aquelas garotas, todas populares, com milhões de pessoas ao seu redor, fazendo convites e mais convites para festas, para saídas. E aqueles meninos, que todas as garotas comentavam, que todas queriam. E ele, não tinha ninguém. Ninguém o queria. Ninguém o chamava pra sair, ninguém aceitava seu convite. Os comentários das garotas eram: "Olha, amiga, aquele menino esquisito." E foi isso que eu disse a vocês no começo. Era isso o que ele era. Esquisito.

Pois bem, esse menino deixou de ser um menino. Passou a ser um moço. Virou um homem, um homem jovem. Mas não adiantava, continuava sendo o menino esquisito. Tentava se enturmar. Usava as gírias normais, sabia falar sobre tudo. Até que ele não era feio. Mas alguém, em sua infância, determinou que ele era esquisito. E não havia meios de fazê-lo normal!

Um dia, tal menino, que morava com seus avós, se trancou em seu quarto. Mas não havia reza que o fizesse sair. Ele nunca, nem tinha fechado a porta. E decidiu, nesse dia, trancá-la. Sem entender, sua pequena vózinha batia a porta e o chamava. E o menino ouvia: "Esquisito, você está bem?"; "Você não está com fome, quisitim? Há tanto tempo que não come..."

E assim, passaram algumas horas. A mãe do menino ficou sabendo do ocorrido. E ele nem quis sair pra atendê-la ao telefone. Até que seus pais saíram de sua casa, para ir até o menino. Para tentar fazê-lo sair.

Mas que menino esquisito, quem entra num quarto e se tranca e não sai por nada? E, sabem o que era pior? O menino nem respondia.

Sua mãe o implorou e ele ouviu: "Filho esquisito, sai daí! Vem comer alguma coisa, ver o sol.", "O que está acontecendo? Hm? Conta pra mamãe"! Mas nada, o menino invocou em não falar. O pai desse infeliz dizia a sua mulher: "Vamos arrombar a porta. Esse menino não pode ficar aí dentro pra sempre!" Mas a mãe disse: "Sinto muito, amor. Ele já é menino-homem. Sabe o que faz. E se assim decidiu, assim está decidido."

Enfim, passaram alguns dias. O óbito era certo. Não havia meios dele estar vivo. A não ser que fosse tão esquisito ao ponto de suportar dias e noites sem comida, bebida e sol. Finalmente arrombaram a porta. Tiraram o menino esquisito, desidratado e morto de dentro do quarto. E foram enterrá-lo.

Em seu velório e em seu enterro havia muita gente. Todos que estudaram com ele em todas as escolas que ele passou. Toda sua família e até o motorista do ônibus que ele pegava todos os dias, religiosamente. Talvez, o menino esquisito não fosse esquisito, mas assim se sentia. Afinal, todos lhe davam bom dia, todos lhe sorriam, todos lhe convidavam pra sair, menos uma pessoa. Aquela pessoa importante. Aquela especial. E por isso, nada mais pra ele tinha valor. Ninguém mais tinha valor. Apenas uma. A única que o achava realmente esquisito.

E sem mais, pra terminar, o final do fim. O fim de tudo. Em sua sepultura havia os dizeres feitos por sua mãe. Havia a seguinte escrição:
"Não o queria morto.

Mas ele quis assim.

E ele só quis tal morte, para acompanhar tal vida.
Viveu sempre num mundo... sozinho,

afogado em seus pensamentos e embrulhado por suas lágrimas.

Se assim foi a sua vida, assim queria que fosse a sua morte!"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um desabafo nu e cru

Resolvi mostrar toda a verdade pra ele.
Ele, por sua vez, se abriu pra mim.
Precisava tomar conhecimento de tudo que estava escondido.
De tudo que estava guardado.

O dicionário diz
que sinônimo de dor é paixão
e não amor.

E aquela verdade me fazia perder o chão.
Não entendia direito o que queria que eu entedesse,
ao passo que eu próprio não sabia direito o que lhe mostrar.
Até que lhe mostrei.
Até que tais verdades foram apresentadas.

Errante não é errado.

É sem destino.


E após tal desabafo,
proibido e inevitável, errado e divertido,
prolongado e rápido
que eu nem sei contar a vocês, leitores,
acabou.
Entenderam bem?
Acabou!
As verdades foram postas à mesa,
e tínhamos que sorrir
como se estivéssemos sendo filmados.
E, logo após, foi o fim.
Cada um para o seu lado.
Nunca mais tocaram no assunto.
Nunca mais tocaram.
Nunca mais.
Nunca...

O "fim" existe,

é belo, inesperado e inevitável.
Mas o "em" gosta do "fim" e raramente o abandona.

Portanto, "enfim" se escreve junto.

Eu até posso ter dito que acabou.
Mas a história continua de tal forma
que é um tanto quanto complicada de se explicar.
Afinal, cada um em seu canto...
Eu sei que a história continuou pra mim.
Pensando o quê, além de verdades, ele poderia me oferecer.
E se minha verdade era tão doída,
que me fez perder sua amizade,
que o afastou de mim.

Entrelinhas não quer dizer 'entre as linhas',
mas uma mensagem oculta, implícita em uma frase.

Até que eu aprendi que isso não era tudo.
Me acertei com meu Deus, por aquelas cartas postas à mesa.
E eis que me reaparece.
E "ressome".
E o que eu faço, agora?
O que fazer agora, eu não sei.
Mas de uma coisa eu sei:
Podem haver muitos, mas igual ao primeiro desabafo,
nu e cru,
não haverá!

Você diz que vomita bile,

mas a bile é lançada ao intestino.

E você só vomita o que está no estômago.


Sabe, meu caro leitor?!
Nem tudo que parece é.
Nem as coisas cultas ditas aqui,
muito menos as leigas.

sábado, 2 de abril de 2011

Ausência

Hoje, meu peito nem dói,
nem aperta de saudades suas.

Mas, veja só,
eu já caí na rotina de te procurar em cada quina.

Por isso, continuo te procurando,
mesmo sem toda essa dor que me move!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Prisioneiro

Vivo preso dentro de não sei onde.
Desde não sei quando.
Até que consiga fugir.

Teus braços são a minha prisão.
Ou, pelo menos, eu queria que assim fosse.

Embora possa não querer estar também em meu braços, não me importo.
Serei recíproco.
Te farei refém e prisioneiro em minha mente.
Sem banho de sol, fiança ou resgate.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Cólera em Jundiaí

E eu sigo na tristeza da incerteza da dor que um dia decidi sentir.
Me permiti sofrê-la, buscando recompensa.
A qual não chegou, até hoje.

E, talvez, nunca chegará!
É o triste fim.
"O Triste Fim de Policarpo Quaresma!"

terça-feira, 15 de março de 2011

Amor em Bagdá

-Gosto de te ver feliz. A verdade é como você quer. Ponto.

-Não. Mas agora a verdadeira verdade foi dita. Palavras ao vento ninguém recolhe. Não há rastelo que possa colhê-las.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

No consultório


Então fui ao médico.

-Doutor, sinto como se existissem buracos em meu coração. Sinto que eles tão cheios, mas não é do que eu quero. Você me entende?
-Perfeitamente. Todos nós temos. Chamam-se átrios e ventrículos e são preenchidos por sangue! Mais algum sintoma?
-Não, obrigado!

Sai e fui pra casa. E decidi:
Devo procurar outro médico.
Esse não sabe o que diz!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Teddy bear




Well, I'm here.
Just on my bed.
Looking to the window.
At nothing.

I'm here.
Waiting for you.
For the moment that you're gonna enter the room and make me happy.

Like a teddy bear,
I'm just here. With the same face I use every single day.
Wondering, if I'm the first or the last in your friends list.
Or even if I'm at it!
And I stay here.
I spend my day doing nothing!
With the pleasure of waiting.

I'm here.
I already know it.
But I don't think you do.

How can I stand it?
I don't know.
Maybe hope is the answer!

I'd like to know
what would happen
if it becomes hopeless.

But while the hope still survives
I still get hurt.
Me, your teddy bear.
Who you were supposed to care!

You can say I forgot that teddy bear is not real.
But you forgot that I am.
And you couldn't do it.
Never!

Maybe, I'm wrong.
Because, above all, I prefer being your teddy bear.
Wait for you at night.
Look to the window. At nothing.
Spend days doing nothing.
And use the same face every day!

But I implore,
like your teddy bear
give me a hug.
It's everything I need!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Flor de Balsa!


Olha aquela flor rosa.
Por que tão murcha?

Talvez após a chuva
ela melhore seu humor.

E caso não melhore,
poderei chupar seu melzinho.

Mas, talvez esteja um tanto quanto amargo,
devido ao humor que não foi melhorado.

E se estiver amargo mesmo,
o problema é meu.

Percebi o que se passava com a pobre flor,
e, ainda sim, fui até o fim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

On Vacations

E não sobra tempo para ler meu livro.
Nem dançar meu samba!

Eh, estar de férias é assim.

Porém, meu tempo é suficiente pra fazer tudo
e lembrar de você!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011