segunda-feira, 29 de abril de 2013

Você de mim

Ouça, enquanto lê!

Às vezes eu queria um botão, daqueles liga/desliga, pra desligar tudo isso. Desligar você de mim. Desligar o que você é, desligar o que significa. Desligar o que já aconteceu. Enfim, desligar você de mim.

Mas toda vez me pego afundando, chegando ao fundo do poço, procurando meu orgulho (devo tê-lo deixado em algum lugar)! E aí, cansado de procurar, começo a perguntar se alguém viu. E pergunto sempre pra você. Quando me responde, diz que não viu. E quando não me responde, afundo-me mais à procura de mim. Um dia, como costumava ser, eu volto pra superfície. Compro um novo orgulho e vivo a minha vida, respirando outra vez qualquer ar que não compartilhemos.

Então você chega, o sol aparece, o arco-íris aparece, meus medos, inseguranças, felicidades aparecem. Meu amor próprio some, você desaparece.

Esqueça, criança. Pode voltar.

Não há nada em meu coração, é só o hábito de correr atrás. Logo acaba tudo isso de novo.

Esqueça, criança. Pode voltar.

Tudo já não passa de uma brincadeira, a qual eu não quero mais brincar. Não vou voltar a me afundar. Se um dia quiser me encontrar, estarei na superfície. Se por acaso roubar de novo meu bem adquirido, que se explodam (os dois!), pois estarei vendendo milhares de orgulhos pra todos os idiotas que ficam dias e dias em seus escafandros à procura de seus amores próprios.

Isso é o que eu digo a você e aos outros. Mas nos conhecemos bem demais pra saber que não existe um daqueles botões liga/desliga pra desligar você de mim.

sábado, 27 de abril de 2013

Transparência

Certa vez, contei meio segredo a uma pessoa.
No outro dia, todos sabiam o segredo por inteiro.

Sei que essa pessoa não contou absolutamente nada a ninguém.

O problema é que fui água e devia ter sido chumbo!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Mais que difícil


Tanto quis dizer que não falei.
Clichê, eu sei. Mas diz o suficiente, por mim.

Existem algumas palavras que ficaram impressas aqui dentro de mim e outras que se explicitaram.
Mesmo vomitando tudo aquilo que eu precisava, ainda não vale a pena vomitar tudo. Não vale a pena vomitar todas as palavras.
Elas sairiam de minha boca; se distorceriam no ar, pelo caminho e; cairiam como pedra em seu estômago frágil. E aí, então, eu te teria longe de mim, de novo.
Longe...
Bem longe...
E o quê poderia, eu, fazer pra que você voltasse? De joelhos, sem roupas, aos prantos, aos sorrisos, com as mais lindas roupas, apenas me pedindo pra que possa ficar.
É claro que pode. É claro que essa é minha resposta. Não consigo te ter longe por vontade própria. Não consigo te olhar nos olhos e dizer "se afaste". Às vezes digo que quero isso, pra mim mesmo. Que seria melhor, mas não. Eu não quero. Não há como enganar. Não há a quem enganar.

E nem mesmo importa quanto tempo passe. Eu estou sempre olhando no meu celular em sua procura. Seu número. Sua foto. Sempre olhando. Sempre "só checando". Sempre. Porque pode ser que um dia a saudade bata aí. E, não, nunca vai ser tarde demais. Você vai tocar a campainha, eu vou atender com um sorriso, perguntar onde esteve e dizer que sumiu.
Me dói. Me corrói. Me consome. Me faz pensar. Me leva pra uma outra dimensão que ninguém me encontra e, então, as pessoas tem sempre que ficar me chamando de volta à Terra, "Ei... Estou falando com você".

Eu queria mentir e dizer que nada disso é pra você. Mas isso é mais que difícil. Pois se algum dia você me ler, vai entender que é pra você! Mas, diante disso tudo, vai se calar. E esse silêncio... Ah... É uma morte lenta e dolorosa a cada dia, é um martírio, que passa...

E isso só me faz te observar de longe. Também quieto. Querer saber de seus passos, se eram acompanhados por outrem ou não. Se eram descalços. Se eram por mim, o que nunca seriam, mas quem sabe? Quem sabe também o que está escrito? Talvez isso morra aqui. Talvez seja pra sempre assim. Mais que díficil, mas assim.

domingo, 7 de abril de 2013

Gelo que sou.

Você me teve em suas mãos,
mas abriu os dedos.
Gelo que sou, fiquei.

Gelo que sou, derreto.
Água que me torno, escorrerei.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pardon

Desculpa se eu te sufoco.
Mas a verdade é que a sua ausência me sufoca.