terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tentando achar um equilíbrio

Eu já nem sei se te quero mais.

Eu já sofri muito.
Senti algo único.
Senti tua falta.
Senti tua saudade.
Senti tua presença.
Te tive sem te ter.

Na balança da vida, não sei se há contrapeso que a equilibre.
E eu já não sei se te quero mais.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

in memorian

Existem muitas coisas que são difíceis de se explicar.

Quando você não consegue se lembrar do poema que montou durante o banho.
Quando as cores se tornam mais foscas, opacas, sem brilho e sem cor. Sim, as cores ficam sem cor.
Quando as estrelas se tornam mais e as flores, menos.
Quando o trem para. Os cavalos se deitam e a boiada passa, que demora.

Você não explica o que se passa quando a boiada passa.

Tá confuso, eu sei. Mas as coisas são assim mesmo.
Deixa eu tentar te explicar.

Consegue imaginar uma menina, a sorrir, levando a vida? como pode e deve ser feito?
É uma menina linda, graciosa. Não deu trabalho aos pais. Companheirona.
Era na sua, era engraçada. Centrada, diriam muitos.
Uma flor de tão meiga.

E, de repente, assim... simplesmente, de repente...
O telefone toca e você descobre que a flor desabrochou,
as estrelas se tornaram mais.
O trem, como diria John, parou. Não era possível suportar a velocidade com que se movia.
Alguém parou o trem. Talvez um cavalo deitado no trilho.
E aí quando você descobre, a boiada está passando, bem em sua frente. E passa, que demora.

As cores se indo, vão. Até que se tornem branco e preto.
E o que era lindo, como o poema que fez no banho, se torna apenas um conjunto de palavras que vão se misturando, tentando dizer o que nunca foi dito. Ou ainda, tentando dar um último adeus.

Hoje existe uma estrela a mais. Uma flor a menos.
Hoje os anjos tocam harpas e trombetas, porque uma filha de Deus ganhou seu espaço no Céu.
Hoje, a Mãe de todas as mães, buscou uma alma e entregou (em mãos, diga-se de passagem) ao próprio Criador. Depois, desceu e veio segurar na mão da mãe que fica a chorar sem entender o que acontece.
Os homens, fortes, se enfraquecem. Porque não há virilidade que supere a saudade, que supra a necessidade. A necessidade de mais um olhar vivo, mais umas palavras, mais um silêncio, mais um monte de meiguice.

Quando chegar aí em cima, por favor... prepare a maior e mais bonita biblioteca. Com todos os seus livros preferidos, de capa dura, banhada a ouro. E com todos que você ache que eu vou gostar. Porque um dia, a gente se encontra...

Pois bem...
Existem muitas coisas que são difíceis de se explicar.
E a morte é uma delas.

RIP