terça-feira, 28 de abril de 2009

Araizim

E já não é mais a mesma.
O que houve contigo?
Parece que já não se festeia mais.
Praguearam-nos e nem ficamos sabendo.
Aos poucos, fomos nos separando.
Olhe o que nos resta, agora.
Antes, meu pique-pega, meu esconde-esconde.
Antes um elefantinho colorido.

Já não suporto mais te ver assim.
A mim, só resta uma resposta:
Praguearam-nos e nem ficamos sabendo.
Praguearam-nos por inveja. Só pode.

O Brasil, nunca foi tão grande.
E a minha vontade de voltar à cidade infantil, tão pequena.
Pudera eu ter esse poder.
Pudera eu te refazer.

Ah! velha cidade infantil,
acho que só o teu céu continua o mesmo.
Ou pelo menos, parecido.
O mesmo céu estrelado.
Nem tua igreja é a mesma.

Pudera eu voltar àquela cidade,
para te encontrar de novo, Araizim.
E como dizia o antigo
"Ney José, que já se foi":
Frutchau.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Super natural

Quem me dera poder relinchar.
Gorjear talvez, ou quem sabe rugir.
Quem me dera poder chover,
trovejar.

Expressaria-me de tal forma,
que ninguém nunca haveria visto,
ouvido ou feito.

Entre relinchos e trovões,
raios e gorjeadas,
conheceríam-me de tal forma
inimaginável.

Super saudável seria
chover quantas lágrimas quisesse.
Uivar a dor que me resta.
Miar de cansaço.
Hibernar após esgotar-me.
Cantar, acordando tudo e todos,
antes mesmo que o sol secasse
toda a chuva de lágrimas que derramei.

Porém apenas digo,
apenas ouço, apenas faço.
Apenas me resta dizer-te,
na vós do vento
que não tenho:
-
(considere dito).