domingo, 24 de abril de 2011

Quando Morfeu for meu

Bata a porta e entre,
Morfeu.
Deite aqui e cante
que é pra eu dormir.

Que nos meus sonhos encontre
Romeu.
Que é pra doravante,
deitar aqui e sorrir.

Se sou feliz, já não sei.
O que quis, eu te dei.
O que quis, já não sei.

Se Romeu adormeceu.
Se a dor, Morfeu me deu.
Romeu, Morfeu me deu.

terça-feira, 19 de abril de 2011

JSM

Sei que Deus me deu um dia lindo. Sei que queria que O louvasse por essas 19 horas e meia passadas. Mas não foi isso que aconteceu.
Culpa minha ou não, o dia não foi lá essas coisas. Se culpa minha: perdão, meu Deus; Se não: faça com que acabe logo!
Amém!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O menino esquisito

Existia um menino. Ele até que era esquisito, por isso apenas exisitia. Um dia cansou de apenas existir, mas era assim que sabia viver. Ninguém na escola lhe dava bola. Ninguém o escolhia para os times. Ninguém vinha lhe dizer bom dia. Quando muito o retribuíam tal dizeres. Ele via aquelas garotas, todas populares, com milhões de pessoas ao seu redor, fazendo convites e mais convites para festas, para saídas. E aqueles meninos, que todas as garotas comentavam, que todas queriam. E ele, não tinha ninguém. Ninguém o queria. Ninguém o chamava pra sair, ninguém aceitava seu convite. Os comentários das garotas eram: "Olha, amiga, aquele menino esquisito." E foi isso que eu disse a vocês no começo. Era isso o que ele era. Esquisito.

Pois bem, esse menino deixou de ser um menino. Passou a ser um moço. Virou um homem, um homem jovem. Mas não adiantava, continuava sendo o menino esquisito. Tentava se enturmar. Usava as gírias normais, sabia falar sobre tudo. Até que ele não era feio. Mas alguém, em sua infância, determinou que ele era esquisito. E não havia meios de fazê-lo normal!

Um dia, tal menino, que morava com seus avós, se trancou em seu quarto. Mas não havia reza que o fizesse sair. Ele nunca, nem tinha fechado a porta. E decidiu, nesse dia, trancá-la. Sem entender, sua pequena vózinha batia a porta e o chamava. E o menino ouvia: "Esquisito, você está bem?"; "Você não está com fome, quisitim? Há tanto tempo que não come..."

E assim, passaram algumas horas. A mãe do menino ficou sabendo do ocorrido. E ele nem quis sair pra atendê-la ao telefone. Até que seus pais saíram de sua casa, para ir até o menino. Para tentar fazê-lo sair.

Mas que menino esquisito, quem entra num quarto e se tranca e não sai por nada? E, sabem o que era pior? O menino nem respondia.

Sua mãe o implorou e ele ouviu: "Filho esquisito, sai daí! Vem comer alguma coisa, ver o sol.", "O que está acontecendo? Hm? Conta pra mamãe"! Mas nada, o menino invocou em não falar. O pai desse infeliz dizia a sua mulher: "Vamos arrombar a porta. Esse menino não pode ficar aí dentro pra sempre!" Mas a mãe disse: "Sinto muito, amor. Ele já é menino-homem. Sabe o que faz. E se assim decidiu, assim está decidido."

Enfim, passaram alguns dias. O óbito era certo. Não havia meios dele estar vivo. A não ser que fosse tão esquisito ao ponto de suportar dias e noites sem comida, bebida e sol. Finalmente arrombaram a porta. Tiraram o menino esquisito, desidratado e morto de dentro do quarto. E foram enterrá-lo.

Em seu velório e em seu enterro havia muita gente. Todos que estudaram com ele em todas as escolas que ele passou. Toda sua família e até o motorista do ônibus que ele pegava todos os dias, religiosamente. Talvez, o menino esquisito não fosse esquisito, mas assim se sentia. Afinal, todos lhe davam bom dia, todos lhe sorriam, todos lhe convidavam pra sair, menos uma pessoa. Aquela pessoa importante. Aquela especial. E por isso, nada mais pra ele tinha valor. Ninguém mais tinha valor. Apenas uma. A única que o achava realmente esquisito.

E sem mais, pra terminar, o final do fim. O fim de tudo. Em sua sepultura havia os dizeres feitos por sua mãe. Havia a seguinte escrição:
"Não o queria morto.

Mas ele quis assim.

E ele só quis tal morte, para acompanhar tal vida.
Viveu sempre num mundo... sozinho,

afogado em seus pensamentos e embrulhado por suas lágrimas.

Se assim foi a sua vida, assim queria que fosse a sua morte!"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um desabafo nu e cru

Resolvi mostrar toda a verdade pra ele.
Ele, por sua vez, se abriu pra mim.
Precisava tomar conhecimento de tudo que estava escondido.
De tudo que estava guardado.

O dicionário diz
que sinônimo de dor é paixão
e não amor.

E aquela verdade me fazia perder o chão.
Não entendia direito o que queria que eu entedesse,
ao passo que eu próprio não sabia direito o que lhe mostrar.
Até que lhe mostrei.
Até que tais verdades foram apresentadas.

Errante não é errado.

É sem destino.


E após tal desabafo,
proibido e inevitável, errado e divertido,
prolongado e rápido
que eu nem sei contar a vocês, leitores,
acabou.
Entenderam bem?
Acabou!
As verdades foram postas à mesa,
e tínhamos que sorrir
como se estivéssemos sendo filmados.
E, logo após, foi o fim.
Cada um para o seu lado.
Nunca mais tocaram no assunto.
Nunca mais tocaram.
Nunca mais.
Nunca...

O "fim" existe,

é belo, inesperado e inevitável.
Mas o "em" gosta do "fim" e raramente o abandona.

Portanto, "enfim" se escreve junto.

Eu até posso ter dito que acabou.
Mas a história continua de tal forma
que é um tanto quanto complicada de se explicar.
Afinal, cada um em seu canto...
Eu sei que a história continuou pra mim.
Pensando o quê, além de verdades, ele poderia me oferecer.
E se minha verdade era tão doída,
que me fez perder sua amizade,
que o afastou de mim.

Entrelinhas não quer dizer 'entre as linhas',
mas uma mensagem oculta, implícita em uma frase.

Até que eu aprendi que isso não era tudo.
Me acertei com meu Deus, por aquelas cartas postas à mesa.
E eis que me reaparece.
E "ressome".
E o que eu faço, agora?
O que fazer agora, eu não sei.
Mas de uma coisa eu sei:
Podem haver muitos, mas igual ao primeiro desabafo,
nu e cru,
não haverá!

Você diz que vomita bile,

mas a bile é lançada ao intestino.

E você só vomita o que está no estômago.


Sabe, meu caro leitor?!
Nem tudo que parece é.
Nem as coisas cultas ditas aqui,
muito menos as leigas.

sábado, 2 de abril de 2011

Ausência

Hoje, meu peito nem dói,
nem aperta de saudades suas.

Mas, veja só,
eu já caí na rotina de te procurar em cada quina.

Por isso, continuo te procurando,
mesmo sem toda essa dor que me move!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Prisioneiro

Vivo preso dentro de não sei onde.
Desde não sei quando.
Até que consiga fugir.

Teus braços são a minha prisão.
Ou, pelo menos, eu queria que assim fosse.

Embora possa não querer estar também em meu braços, não me importo.
Serei recíproco.
Te farei refém e prisioneiro em minha mente.
Sem banho de sol, fiança ou resgate.