quarta-feira, 1 de abril de 2015

Quem pode dizer?

Ouça enquanto lê.

Eu só queria dizer que amei.
Mas que amor foi esse que se começou e se acabou em meio as palavras?
Como aconteceu  de a preocupação se tornar um desejo incessante, uma carência tamanha que necessite dessa atenção toda que só você acredita?
Queria mesmo a sua atenção, de forma mais especial, mais espontânea. Da forma como costumava ser. Não pedi nada além do que já existia em você, em nós.
Mas quando o amor vira monólogo, de uma via só, em sentido único e passa por um mar de ilusões que o deturpam e chega ao fim da ponte como cão sem dono morto de fome, ele deixa de ser amor e vira Roma.
E na praça do centro dessa cidade vou, bêbado, tentar entender a lógica dessa história que começou com gosto de canela se preparou pra ser melancia e no fim amargou "qui nem jiló" (uma saudade que quase dói).
Mas se da primeira vez era canela, fico em Roma até que a torne em amor de novo ou até que o amor mude seu significado e eu, enfim, ache um amor com gosto de melancia perdido em meio as palavras e possa finalmente dizer que amei.