sábado, 13 de fevereiro de 2016

Sampa

Ouça enquanto lê...

Ha... É estranho como a vida brinca de "pegadinha do malandro".
Hoje (três dias atrasado), venho comentar sobre meu um ano em São Paulo.
Confesso, Caetano, que "quando cheguei por aqui eu nada entendi das duras poesias concretas 'dessas' esquinas" tão cheias de vida, de fumaça, de cinza e de história.
É... cada uma delas tem uma história pra contar. E uma (ou umas) delas conta a minha.
A tal cidade grande que dizem ser inabitável, assustadora, onde não há amor. A tal cidade grande que eu mesmo, por mil vezes, vim a passeio e dizia "é ótima para passear, mas jamais morarei lá". "Ié-ié", disse a vida... e veio brincar, de novo, de ser malandra.
E achei, Caetano, em meio a "feia fumaça que sobe apagando as estrelas", pessoas que me disseram que existe, sim, amor em esse pê.
Me tornei o "povo oprimido nas filas" e encarei esse mundão. E não me vejo mais sem essas avenidas que fazem "algo acontecer em meu coração".
Um ano após minha chegada, novamente sem destino, sem amarras; mas mais que nunca, sem amarras. Posso ser livre, posso voar por onde quiser e sinto que vou. Batendo minhas asas de pouco em pouco, vou em direção ao mais alto dos céus, com um pouco de medo de cair, mas sabendo que eu devo seguir.
"Venha comigo", eu digo a quem converso. Olha como faz pra ser um "poeta de campos e espaços".
Mais uma vez, "gratidão" fecha meu sentimento. Impossível não reconhecer quem me trouxe até aqui, quem me manteve aqui e quem vai me levar daqui pra frente. Sempre pra frente.
E hoje, sou mais feliz. Cheio de saudades nas malas. Cheios de memórias, que continuam fazendo parte de mim; mas sou eu.
E hoje, posso dizer "já que 'os Novos Baianos passeiam em tua garoa, 'Novos mineiros' te podem curtir numa boa.'"