domingo, 16 de agosto de 2020

Ainda

É que você não sabe, mas a gente ainda dorme junto. A gente ainda passeia pelas ruas da cidade. Você ainda ensaboa meu corpo, enquanto eu passo xampu na sua cabeça.

Talvez você não saiba, mas eu... Eu ainda sinto a sua falta.

Talvez eu não saiba, mas talvez eu ainda te ame.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Eu não vou lembrar seu nome.

Às vezes me pego pensando se deveria ter te deixado voar. Me parece que fiz tudo o que podia. Falei todas as coisas que eu precisava. Todas as que me engasgavam. Todas que me vieram à cabeça, por tanto tempo, e que eu remoí, dentro de mim. Como um gado ruminante, a ruminar todo esse sentimento que um dia eu chamei de amor. Que talvez ainda o chame, não sei bem. 

E de todas as coisas que vivemos, cada minuto de felicidade e de tristeza e de amor e de ódio, só uma me traz paz. O dia em que despejei sobre você todas as palavras que ruminei. E por isso, eu te prometo. Por mais difícil que seja, eu te prometo: Eu não vou lembrar seu nome.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Despedida sem cor

E na fumaça do trem, escrevi o nome do meu amor.
Porque era mais fácil agarrar às letras que compõem os sons da minha saudade do que lembrar da imagem de uma despedida sem cor.
E aqui, no mesmo lugar onde você me deixou, observo a fumaça cinza se desfazendo pelo céu azul e levando seu nome para longe.
Rogo para que um dia a minha saudade cinza também se desfaça em azul.
Para que um dia consiga colorir de novo, esse céu chuvoso de tristeza em meu coração.
Para que a saudade seja somente uma palavra, que se perde no tempo, na cor, no peito e na estação. Doendo a partida, mas sem doer a dor da perda.

ps: Em parceria com Dime. Para mais, procure no Instagram @dimecitou