segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pelas árvores

Ouça enquanto lê

É que tocava uma valsa ao fundo.
De repente olhou pro céu e viu todas as estrelas dançando. E resolveu dançar junto com elas.
Sorria como se fosse o ápice de sua vida.
As estrelas passando lentamente de um lado para o outro, como se sorrissem de volta, enquanto ele cantava a canção que ouvia.
Daí então, o chão resolveu ajudar e se tornou escorregadio.
Era liso, feito gelo.
E, sem patins, patinava a valsa interminável.
Ela chegou, como se viesse do além.
Os dois deram as mãos e foram se balançando de um lado para o outro, repetindo a canção que dizia:
"And the lights are low."
Quando a letra se findava, se jogaram ao chão de neve.
Fizeram daqueles anjos.
Deitados, ainda, ela pegou um pouquinho de neve e jogou na cara dele.
Os dois riram muito.
E, como se possível, olharam os flocos de neve caindo, enquanto viam as estrelas tomarem suas posições de origem, ainda sorrindo.
Ele olhou pro lado e só pode ver a sombra dela passando pelas árvores.
Ela já havia voltado sabe-se lá pra onde.

Quando percebeu, havia chegado em casa. Abriu o portão. Tirou seus fones. E entrou.
Sabia que nada era real. Mas a imaginação bastava. A sensação de valsar junto com as estrelas bastava.

A neve que encontrou em seus sapatos quando entrou bastava.

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