quarta-feira, 4 de março de 2015

Dançando no escuro

Eu vi o tempo passando em frente aos meus olhos.
Vinha dançando um tango argentino.
As notas que saíam dos violinos eram seu par.
E se esbarravam nas paredes
E tropeçavam nos buracos do chão.
As luzes, piscando, brincavam com as cores
e depois saíram pra jantar.
Deixaram a vida acontecer,
ao passo que a cada passao davam um passo,
dois ou três, seguindo a batida do tango argentino.
No jantar das luzes foi servido vagalume
e os pássaros vieram comer.
As asas batiam,
os bicos abriam e fechavam,
as penas voavam e seguiam a corrente do vento.
As correntes que amarravam o tempo.
Que acabou por conseguir se desprender.
O tempo, que passou pelos meus olhos
e até agora dança com as notas violinas
que saem do tango argentino.

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