quinta-feira, 2 de maio de 2013

Cara mia,




Lembro-me quando decidi sair de casa. Ouvi muitas pessoas me dizendo "não quero que você vá!" ou então "não vai, não". "Pra quê você tá indo?"
Eram sempre negações ou perguntas com uma única resposta: Estou indo atrás do que acho certo.

Lembro que não gostava muito de ouvir tais frases, embora eu sentia no fundo que era só carinho das pessoas por mim. Mas mesmo assim... Eu preferia ouvir "é isso que você quer? Vá atrás."

Hoje a minha vontade era, de verdade, dizer, gritar, implorar: "NÃO VÁ!" 
Fique aqui só pra eu saber que você tá aqui. Saber pra onde eu posso correr quando as coisas apertarem. Mesmo que eu não passe na sua casa todos os dias e até mesmo nem fale com você todos os dias.
Você tava sempre ali "no muro verde em frente ao poste" ou virando a esquina de onde eu almoço. Qualquer coisa, depois da aula, era só "dar um pulinho". 

Mas eu não vou fazer isso. Como eu disse, eu sei como é. Vá sim, vá pra debaixo das asas dos seus pais. Vá cuidar das suas irmãs. Vá atrás do que acha certo. Vá e me leve sempre. Não vale se for e esquecer de mim. 

Obrigado por tudo. Por me ouvir, por me falar. Pelas discussões complexas e pelas bobas. Pelas boas risadas. Pelo gato fedido. Por ser minha motorista. Por tratar bem a minha família. Obrigado por me fazer sentir especial, me fazer sentir bem. Obrigado por colher minhas lágrimas, como essas que agora estão rolando. Obrigado por me fazer entender que a gente aprende nos pequenos atos. E obrigado por fazer parte da minha história.

Sucesso na sua vida, a gente se esbarra por aí!

Fica com Deus, Ly.

Se cuida
Com amor, 

Ota

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