segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ninguém além

Ouça enquanto lê...


Então aqui estou eu, com um pedaço de papel, uma caneta, a escrever. A música toca ao fundo e eu tento imaginar o que gostariam, as pessoas, de ler. E como colocar as palavras da melhor forma possível, para que se prendam à leitura. Como não errar o meu português.
Sinto muitas palavras vindo, não fazendo sentindo pra ninguém. Às vezes nem mesmo pra mim.
O piano vai tocando, à meia luz, e tendo a chuva como acompanhante. Consigo enxergar as notas saindo e passeando pelo meu quarto, atravessando a minha mente e indo pra onde eu não possa ver, e me fazendo, então, olhar para as novas notas. Que aos pares e vagarosamente realizam o mesmo percurso.
Queria nessa noite, me inspirar na lua nova, e dizer palavras lindas, dizer palavras que ninguém queira deixar de ler. Que queiram ler várias e várias vezes. Queria ser um daqueles autores que falam as coisas que todos já sabem, mas que não dizem, omitem, que não admitem. Que pode escrever um livro maior que a própria vida que não importa. Todos continuam parando para ler, para saber o que ele disse.
Queria ter um amor aqui comigo. Ou melhor, sentir o amor aqui comigo. Fazendo companhia às minhas lágrimas por não ser correspondido. Sinto falta de ter alguém para pensar noite e dia e ficar imaginando o que ela acha de mim, se já reparou em mim, se vou ter uma chance. Se vamos ter uma chance.
Pensar como teria sido se eu tivesse agido quando ela chegou perto. Ou até mesmo como ela teria agido se eu dissesse as mais lindas verdades ditas em frases como essas que saem do piano.
Mas não tenho ninguém, além do meu pedaço de papel, minha caneta e algo desconhecido para escrever, a vontade de ser alguém que sabe realmente escrever e a vontade de ter alguém que eu possa amar platonicamente. Estou nesse quarto, com as notas viajando à minha frente, o som da chuva e a meia luz, bebendo sozinho uma dose, que por ser a última da garrafa não vou me embriagar.
Deixe que meu eu mesmo faz isso. Por si só.
Se embriaga e diz pra mim que está tudo bem.
Sem amor, sem nada. Mas em paz!

2 comentários:

Carla disse...

Você tem O dom! Me embriaguei de suas palavras. Saudades de você, amigo.

Ota ota xD disse...

Carlinha, voce sumiu de mim!!! =(
Nunca mais nem te vi!! =//

Obrigado pelo comentário! =)) hehe
beijos