terça-feira, 12 de novembro de 2013

Linger on

Ouça enquanto lê...

Como se tivesse existido algo,
De novo a sós comigo mesmo
pensando no pretérito
imaginando o futuro do pretérito
vivendo sozinho meu presente.

Como companhia, a minha bebida,
a minha música.
O meu ser
e eu mesmo,
me bastando.

Você resolveu sair,
e eu nem entendi bem por quê.
Eu sei que me deixou sozinho
à deriva das coisas que me disse
ou das que esqueceu de me dizer.

Se te basta virar as costas,
vire-as pois.
Respirarei novamente,
sentirei novamente.
Me bastarei.

"Saúde" ao alto.
Chocolate e menta,
meu preferido.
Pode partir
que eu deixo.

Está livre,
vá.
Mas só te peço
que não me tire minha bebida
nem minha música.

Que o mundo acabe,
que ele se exploda
que você o exploda
ou se exploda nele.
Que seja.

Mas tudo que tenho agora,
não me tire.
Já me basta brindar sozinho,
deleitar-me sozinho.
Sonhar sozinho.

Já não há mais o que me roubar
se já foi felicidade
se já foi paixão
se já foi sonho
se já foi embora.

Mas, mais uma vez te peço
que o mundo acabe
mas que ainda tenha
minha bebida
e minha canção.

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