sábado, 11 de setembro de 2010

Gatos, em pés, sobem.

"Vem, gatinha.
Vamos chupar acerola!"
Era o que eu dizia a ela todos os dias de minhas férias.

E em baixo daquele pé,
sobre os nosso pés,
ficávamos nos lambuzando
com aquelas baixas acerolas,
pois, devido ao nosso tamanho,
as altas eram salvas.

"Olhe aquela!"
Era o que eu dizia.
"Pegue pra mim?"
Era o que ela pedia.
"Mas não alcanço!"
Era o que eu lamentava.
E, com as que podíamos ter,
nos contentávamos.
E, assim, saciados ficávamos.

Sim, gatinha,
era bom o tempo que passou.
E daquele pé, você saiu.
E naquele pé, você me deixou.

Talvez, por me deixar sozinho
com todas as acerolas só pra mim,
hoje já não consigo sair de lá.
Hoje, aquele sabor e aquela melequinha que na mão fica me fascinam.

É, gatinha.
Ali, você me deixou só.
Só com meu pé de acerola.

5 comentários:

Fabiana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabiana disse...

aaaah, em casa tinha um pé enorme de acerola! mas ficava do outro lado do quintal, porque era do vizinho, oficialmente.

a gatinha te abandonou, e com a acerola você se empanturrou

\o/

Carla Gabriele Nunes disse...

isso lembra minha infância, mas no lugar da acerola eram jabuticabas. Sonhava com as do alto!! ahahah
muito legal, Otávio.
beijos

Anônimo disse...

Ooooi, eu gostei desse e eu quero acerolaaaa! hahahaha
Ps: Viu, eu vim =)
Beijooos, da anonimaaa J. ;)

Lizete Miziara disse...

Estou pensando em um nome, no quintal da vovó...
Se eu estiver certa,eu sofro muito com isso...
Tbm fui abandonada...
Bjs.