"Vem, gatinha.
Vamos chupar acerola!"
Era o que eu dizia a ela todos os dias de minhas férias.
E em baixo daquele pé,
sobre os nosso pés,
ficávamos nos lambuzando
com aquelas baixas acerolas,
pois, devido ao nosso tamanho,
as altas eram salvas.
"Olhe aquela!"
Era o que eu dizia.
"Pegue pra mim?"
Era o que ela pedia.
"Mas não alcanço!"
Era o que eu lamentava.
E, com as que podíamos ter,
nos contentávamos.
E, assim, saciados ficávamos.
Sim, gatinha,
era bom o tempo que passou.
E daquele pé, você saiu.
E naquele pé, você me deixou.
Talvez, por me deixar sozinho
com todas as acerolas só pra mim,
hoje já não consigo sair de lá.
Hoje, aquele sabor e aquela melequinha que na mão fica me fascinam.
É, gatinha.
Ali, você me deixou só.
Só com meu pé de acerola.
5 comentários:
aaaah, em casa tinha um pé enorme de acerola! mas ficava do outro lado do quintal, porque era do vizinho, oficialmente.
a gatinha te abandonou, e com a acerola você se empanturrou
\o/
isso lembra minha infância, mas no lugar da acerola eram jabuticabas. Sonhava com as do alto!! ahahah
muito legal, Otávio.
beijos
Ooooi, eu gostei desse e eu quero acerolaaaa! hahahaha
Ps: Viu, eu vim =)
Beijooos, da anonimaaa J. ;)
Estou pensando em um nome, no quintal da vovó...
Se eu estiver certa,eu sofro muito com isso...
Tbm fui abandonada...
Bjs.
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