Ouça, enquanto lê!
Às vezes eu queria um botão, daqueles liga/desliga, pra desligar tudo isso. Desligar você de mim. Desligar o que você é, desligar o que significa. Desligar o que já aconteceu. Enfim, desligar você de mim.
Mas toda vez me pego afundando, chegando ao fundo do poço, procurando meu orgulho (devo tê-lo deixado em algum lugar)! E aí, cansado de procurar, começo a perguntar se alguém viu. E pergunto sempre pra você. Quando me responde, diz que não viu. E quando não me responde, afundo-me mais à procura de mim. Um dia, como costumava ser, eu volto pra superfície. Compro um novo orgulho e vivo a minha vida, respirando outra vez qualquer ar que não compartilhemos.
Então você chega, o sol aparece, o arco-íris aparece, meus medos, inseguranças, felicidades aparecem. Meu amor próprio some, você desaparece.
Esqueça, criança. Pode voltar.
Não há nada em meu coração, é só o hábito de correr atrás. Logo acaba tudo isso de novo.
Esqueça, criança. Pode voltar.
Tudo já não passa de uma brincadeira, a qual eu não quero mais brincar. Não vou voltar a me afundar. Se um dia quiser me encontrar, estarei na superfície. Se por acaso roubar de novo meu bem adquirido, que se explodam (os dois!), pois estarei vendendo milhares de orgulhos pra todos os idiotas que ficam dias e dias em seus escafandros à procura de seus amores próprios.
Isso é o que eu digo a você e aos outros. Mas nos conhecemos bem demais pra saber que não existe um daqueles botões liga/desliga pra desligar você de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário