Acorda de manhã e pega o mesmo ônibus, quase todos os dias.
Às vezes corre até mais rápido, mas não é suficiente. O ônibus já se foi.
Às vezes vai a caminho do ponto passeando, entra no ônibus e ainda fica um tempo esperando-o sair da plataforma.
Sabe que pode acordar cedo porque o ônibus vai estar lá te esperando.
Não será em vão.
Sabe que pode acordar cedo porque o ônibus vai estar lá te esperando.
Não será em vão.
Caso ele já tenha ido, é só esperar um pouco. Ele vai dar a volta e aparecer de novo.
Com o passar dos dias, você vai se acostumando com a idéia de pegar ônibus e não precisar andar.
Porque você tem acordado todos os dias a tempo e o tem alcançado, antes que zarpe.
Com o passar dos dias, você vai se acostumando com a idéia de pegar ônibus e não precisar andar.
Porque você tem acordado todos os dias a tempo e o tem alcançado, antes que zarpe.
Até que, por acaso, você o perca.
Então, de repente, você percebe que essa minhoca de metal não estava lá esperando por você.
O motorista não estava lá por você.
Era por ele mesmo.
Porque essa é a rotina dele, o fim da linha pra ele.
O motorista não estava lá por você.
Era por ele mesmo.
Porque essa é a rotina dele, o fim da linha pra ele.
Não pra você.
Não por você.
Você vai continuar acordando cedo, correndo, pegando ônibus.
Mas você nunca vai saber se ele estará lá.
Não por você.
Você vai continuar acordando cedo, correndo, pegando ônibus.
Mas você nunca vai saber se ele estará lá.
Você nunca vai saber quando pode confiar, quando deve desistir.
Não vai saber, nunca, se estava lá te esperando ou só por ele mesmo.
Não vai saber, nunca, se estava lá te esperando ou só por ele mesmo.
Eu também. Nunca vou entender qual é a tua.
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